O perdão está relacionado ao aumento da produtividade, à diminuição do absentismo e a menos problemas de saúde no escritório.
Um colega de trabalho pisa na bola com você. Não cumpre a tarefa importante para a operação que está em suas mãos, rouba a sobremesa que você deixou na copa ou deixa escapar aquele seu podre numa conversa, bem na frente do chefe. Inadmissível.
Você, então, decide que o dito-cujo não é digno de sua simpatia, guarda rancor pelo vacilo por semanas (ou meses) a fio e até planeja, silenciosamente, uma vingança. Somos todos humanos – atire a primeira pedra quem nunca esteve em uma situação do gênero.
O problema é que guardar rancor não é ruim só para você, que gasta memória RAM com um acontecimento chato do passado, contaminando o presente. Não perdoar nem buscar um entendimento com seu colega pode prejudicar a comunicação, piorar a convivência e botar em jogo a eficiência no ambiente corporativo.
É o que defendem especialistas em inteligência emocional no trabalho, como Heloísa Capelas, autora do livro Perdão, A Revolução Que Falta. A capacidade de perdoar seu colega que pisou na bola seria um dos pilares essenciais para a construção e manutenção de um dia a dia emocionalmente saudável.
Mas perdoar a si mesmo também é considerado uma atitude-chave para aceitar quem nós somos e aprimorar o autoconhecimento – que, aliado à empatia, à comunicação clara e à boa gestão de críticas, pode garantir um escritório mais equilibrado e funcional.
“A jornada ESG é ampla nas empresas. Promover um ambiente que é saudável emocionalmente e, ao mesmo tempo, produtivo está colado às boas práticas [de gestão]”, afirma Capelas. “E o perdão é um grande aliado nesse processo.”
Alguns estudos apoiam o potencial do perdão. Em um deles, publicado em 2016, mais de 250 funcionários dos Estados Unidos responderam a questionários sobre bem-estar e produtividade. Resultado: o perdão esteve associado ao aumento da produtividade, à diminuição do absentismo e a menos problemas de saúde, como dores de cabeça.
Há também pesquisas que mostram que adotar o perdão em conflitos de trabalho pode impactar positivamente até quem não está envolvido na briga, porque isso pode estimular emoções positivas e vantajosas para a tomada de decisões e a qualidade dos relacionamentos no escritório.
Por isso, é importante estar disposto a relevar o roubo de sobremesa – mas também assumir a responsabilidade por seus próprios erros, para incentivar o perdão alheio.
Especialistas também defendem que líderes se esforcem para ser um modelo de perdão no trabalho e que os profissionais do RH conduzam intervenções para resolver conflitos ou invistam em iniciativas relacionadas à inteligência emocional.
Fonte: VocêRH
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