Muito se tem falado da resiliência empresarial como um elemento crucial para a sobrevivência e o sucesso das organizações em um mundo de constantes mudanças e incertezas. Por isso, que navegar por mares de contradições requer posicionamentos sólidos, liderança adaptativa, ambiente saudável, cultura organizacional robusta e gestão de riscos eficaz.
Sônia Gurgel, Coach e Mentora Executivo Empresarial, concorda que é por meio da resiliência corporativa que a organização se transforma e se reinventa frente a mudanças de cenário, seja no âmbito comercial, econômico, ambiental ou social.
Competência
Para ela, a liderança transformadora impulsiona ativamente a empresa a estudar e entender as mudanças do mundo e a buscar inovações compatíveis, com flexibilidade, agilidade. “É importante que essas possíveis transformações sejam consideradas ao se estabelecer estratégias empresariais, tendo sempre um plano de contingência delineado, revisitado, atualizado e comunicado aos principais atores”, acentua.
Na área de gestão de pessoas, cada vez mais competências ligadas à resiliência são valorizadas e fazem parte dos programas de desenvolvimento dos empregados. “Esses fatores são considerados durante toda a jornada do colaborador, da seleção, análise de desempenho, reconhecimento, promoção até decisões de demissões”, pontua.
As organizações precisam estar atentas aos ambientes tóxicos, que não permitem erros, expondo as pessoas que os comentem inadequadamente perante seus colegas e parceiros de negócios. Também nesses ambientes as pessoas não são encorajadas a manifestar claramente suas ideias e opiniões.
“Esses dois fatores conjugados inibem a inovação, a flexibilidade, a excelência, melhores práticas e resultados e a transformação das organizações”, alerta. Ela completa que outro fator primordial para a empresa ter um ambiente saudável é o respeito. “Um valor organizacional, que embora declarado na maioria das empresas, é ainda ausente em muitas organizações”.
Papel do líder
O líder é o principal ator para que a competência, – resiliência empresarial – seja vivenciada efetivamente na organização. Segundo Sônia, aqueles que, como profissionais, não demonstrem possuir plenamente os valores pessoais e organizacionais e as competências inerentes a esse processo, dificilmente conseguirão apoiar, facilitar e impulsionar a empresa rumo à inovação, à transformação e à adaptação rápida e efetiva aos novos cenários.
“Infelizmente, o que ainda se percebe no mercado empresarial é muito discurso e declaração de valores e intenções que não se materializam na atuação do no dia a dia”, observa Sônia. Para ela, muito se conquistou durante a pandemia. “Entretanto, muito já se regrediu após ela”, frisa.
Empresas fadadas a não se atualizarem e a serem morosas nos seus processos de adaptação às novas demandas são aquelas com posicionamentos imutáveis, verdades indiscutíveis, falta de clareza e transparência, soberba, crença absoluta na forma como as conquistas do passado foram atingidas, atitudes reacionárias e falta de escuta e de leitura. “Essas posturas em nada contribuirão para o futuro e a sustentabilidade da organização”, conclui.
Fonte: Gazeta do Povo
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